Notícia Moradores da Capela do Rio do Peixe lutam contra padre na Justiça para manter campo de futebol
07 de outubro de 2025 - Orcedino Júnior
Moradores da Capela do Rio do Peixe  lutam contra padre na Justiça para manter campo de futebol

G1 Goiás - Moradores do Distrito Capela do Rio do Peixe, em Pirenópolis de Goiás, travam uma batalha judicial contra um padre para manter um campo de futebol que é tradição local há mais de 60 anos. A população conta que João Paulo, religioso responsável pela paróquia local, pretende tomar a área, considerada patrimônio cultural e ponto de encontro dos moradores há mais de seis décadas, para construir um santuário.

De acordo com a Associação de Moradores do Rio do Peixe, já foi protocolado um processo de usucapião para garantir o direito coletivo sobre o terreno, que é da paróquia, mas há anos é usado pela população. A audiência de instrução e julgamento ocorreu na última quinta-feira (2), e, segundo a defesa, as provas documentais e testemunhais fortalecem o pedido da comunidade.

“A população ocupa essa área há muitos anos. O campo tem valor cultural e histórico para o distrito”, afirmou um representante da associação.

A moradora Edvânia, que vive na região desde o nascimento, relembra que o campo foi construído pela própria comunidade. “Esse campo tem mais de 60 anos. Foi o povo que fez, com as próprias mãos. Ele sempre foi o lugar onde as crianças brincam e onde acontecem os torneios e festas do distrito”, contou. Segundo ela, o padre quer usar o espaço para construir um santuário religioso, o que tem gerado forte resistência entre a comunidade.

Edvânia também relatou que, há cerca de três anos, o padre chegou a transformar parte do campo em estacionamento durante um evento religioso, cobrando pelo uso do espaço. “A comunidade não concordou, mas ele mandou abrir o cadeado e usou o campo mesmo assim”, afirmou. 

Mobilização

Representantes da associação informaram ainda que o padre teria vendido uma parte do cemitério local, também de propriedade da paróquia, o que aumentou a tensão entre os moradores. Na próxima quinta-feira (10), membros da comunidade devem se reunir com o bispo da Diocese de Anápolis para discutir o caso e pedir que a área seja preservada como patrimônio coletivo.

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