Dentista que deformou rostos de pacientes é presa preventivamente em Goiânia

Polícia teve acesso às mensagens recebidas pela clínica da dentista; mulher foi presa nesta terça-feira Imagem: Polícia Civil de Goiás/ReproduçãoPolícia teve acesso às mensagens recebidas pela clínica da dentista; mulher foi presa nesta terça-feira Imagem: Polícia Civil de Goiás/Reprodução

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), cumpriu, nesta terça-feira (30), mandado de prisão preventiva de uma odontóloga, investigada por realizar procedimentos estéticos que resultaram em deformações nos rostos de pacientes. Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nos municípios de Goiânia (GO) e Santa Bárbara de Goiás (GO), em endereços ligados à investigada.

Conforme investigação, o instituto coordenado pela profissional, localizado no Setor Oeste, em Goiânia, foi alvo de busca e apreensão em um inquérito instaurado para apurar os crimes de exercício ilegal da profissão (art. 282, do Código Penal) e execução de serviço de alta periculosidade (art. 65 do Código de Defesa do Consumidor).

A investigação indicava que a dentista e outros três dentistas realizavam procedimentos expressamente vedados pelo Conselho Federal de Odontologia na Resolução nº 230/2020.

As cirurgias plásticas eram ofertadas nas redes sociais dos odontólogos por valores abaixo do mercado, atingindo uma ampla gama de pessoas. A apuração constatou, ainda, que a dentista vendia abertamente as cirurgias em seu Instagram, que possui mais de 650 mil seguidores. Além disso, a investigada ministrava cursos para que outros profissionais da saúde executem tais cirurgias sob sua “supervisão”.

Na primeira fase da operação, foram encontrados diversos instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos vencidos na clínica de propriedade da investigada. Os materiais foram apreendidos e descartados pela Vigilância Sanitária, que também autuou a dentista por infrações administrativas, dentre elas, a inadequação do alvará sanitário do estabelecimento, que não autorizava a realização de nenhum procedimento invasivo.

Após a apreensão do celular utilizado pelo estabelecimento para contactar os pacientes, os policiais civis descobriram inúmeros casos de consumidores que ficaram com rostos deformados após a realização de cirurgias com a profissional e/ou com seus “alunos”.

Foram colhidas as declarações de mais de 10 vítimas da dentista, bem como depoimentos de ex-funcionários do instituo. Todos confirmaram a realização das cirurgias proibidas em local inadequado (fora do ambiente hospitalar), gerando grave risco à integridade física dos consumidores. As pessoas ouvidas também relataram que a dentista não aceitava qualquer crítica ao seu trabalho, tratando os pacientes com descaso.

Além de fazer as cirurgias em local inadequado, a mulher tratava pacientes que tinham o rosto deformado com descaso. A informação é de funcionários ouvidos pela polícia.

Fonte: Polícia Civil de Goiás 

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